Partilho convosco este poema singelo de minha autoria, que foi selecionado para integrar o Volume XII da Antologia de Poesia Portuguesa ContemporĂąnea âEntre o Sono e o Sonho" da Chiado Books
"Triste Fado
Quis este meu triste fado
Que no embalo de um sonho falhado
Me tornasse em algo que nĂŁo sou
Sou esboço não desenhado, mera pintura que borrou
Ator de um sonho não sonhado, espectro de alguém que nunca voltou
Figurante de um pesadelo inacabado, aprendiz de feiticeiro que nunca se revelou.
Do nada um raio de luz rasgou o negrume
E tu chegaste radiante, ameaçando este velho costume
De permanecer na penumbra, sombrio
Acossado por velhas lembranças, fortes como um rio.
E da noite se fez dia, das trevas se fez luz
Hoje sou quem nĂŁo fui, nem sequer fui o que supus
NĂŁo fosses tu, Ăł minha linda feiticeira
Trazer-me Ă luz da tua fogueira
E deambularia deslembrado por aĂ, esquecido
SolitĂĄrio, desapaixonado, perpetuamente vencido."
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