Que estranho costume
ter este azedume
por alguém que não conheci.
Estar onde nunca estive,
Viver o que nunca vivi.
SolitĂĄrio, observo
Na multidĂŁo, nĂŁo enxergo
Na vida, nĂŁo vivo
Sou seguido, mas nĂŁo sigo.
Na infelicidade sou feliz
Sou ĂĄrvore sem raiz
Ăgua que nĂŁo sacia
IlusĂŁo que nĂŁo existia.
Faço ouvidos moucos
Tenho trejeitos loucos
RazÔes irracionais
Defeitos por demais.
Durmo acordado
Sou um vivo finado.
Inteligentes sĂŁo os outros
Burros nĂŁo sĂŁo poucos
Que alegres e contentes
passam a vida a mostrar os dentes.
Estendem a mĂŁo, por caridade
anseiam por promiscuidade
Procuram reconhecimento
lambendo cus sem lamento.
De espinha dobrada
por uma vida deslumbrada
Desperdiçam coraçÔes
Por uns mĂseros tostĂ”es.
0 ComentĂĄrios
Muito obrigado pelo seu comentĂĄrio.