Estranho azedume


Que estranho costume

ter este azedume

por alguém que não conheci.

Estar onde nunca estive,

Viver o que nunca vivi.

SolitĂĄrio, observo

Na multidĂŁo, nĂŁo enxergo

Na vida, nĂŁo vivo

Sou seguido, mas nĂŁo sigo.

Na infelicidade sou feliz

Sou ĂĄrvore sem raiz

Água que não sacia

IlusĂŁo que nĂŁo existia.

Faço ouvidos moucos

Tenho trejeitos loucos

RazÔes irracionais

Defeitos por demais.

Durmo acordado

Sou um vivo finado.

Inteligentes sĂŁo os outros

Burros nĂŁo sĂŁo poucos

Que alegres e contentes

passam a vida a mostrar os dentes.

Estendem a mĂŁo, por caridade

anseiam por promiscuidade

Procuram reconhecimento

lambendo cus sem lamento.

De espinha dobrada

por uma vida deslumbrada

Desperdiçam coraçÔes

Por uns míseros tostÔes.

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