Os fracos comandam os fortes,
com mãos vazias cheias de tudo.
Sentam-se em tronos sem base,
erguem castelos feitos de vento.
Os mudos discursam em gritos,
os surdos aplaudem em silêncio.
Prometem o que nunca deram,
tomam o que nunca pediram.
Os famintos servem banquetes,
os sedentos afogam-se em vinho.
Os livres carregam correntes,
os presos dançam nos salões.
A justiça pesa leve,
a verdade esconde-se à vista.
O ontem nunca aconteceu,
o amanhã já está perdido.
E assim o mundo gira parado,
governado por quem obedece,
subjugado por quem manda
sem nunca ter sido rei.
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