Todas as bolotas acham que vĂŁo ser ĂĄrvores, mas a maior parte acaba no prato dos porcos. Numa sĂĄtira da vida, cada bolota nasce com sonhos de grandiosidade, imaginando raĂzes profundas e copas que tocam o cĂ©u. Mas o destino tem um senso de humor peculiar. Antes que possam sequer tocar o solo, vĂȘm os porcos, esses realistas brutais da natureza, que nĂŁo se impressionam com ambiçÔes arbĂłreas. Trituram sonhos entre os dentes, mastigam esperanças e engolem futuros grandiosos sem pensarem duas vezes.
De vez em quando, uma bolota escapa. Afunda na terra, germina e cresce, desafiando estatĂsticas e estĂŽmagos suĂnos. Mas o mundo nĂŁo gosta de exceçÔes. Logo aparece alguĂ©m com um machado, que precisa de lenha ou espaço para mais porcos.
Ă como se o universo gozasse da ambição desmedida: enquanto algumas bolotas conseguem escapar e transformar-se em ĂĄrvores, a maioria Ă© tragicamente relegada ao estatuto de lanche improvisado. E o ciclo repete-se, lembrando-nos que nem toda a esperança Ă© destinada a florescer – e que, num mundo onde as aspiraçÔes sĂŁo tĂŁo volĂșveis como uma bolota ao vento, Ă© preciso ter cuidado com quem e a quem se confia o futuro.
imagem gerada por IA
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