Amizades que se tornam "casa"

 

autophoto.jpg

HĂĄ amizades que chegam de mansinho, como um dia ensolarado depois de semanas de tempestade. Começam com uma conversa despretensiosa, um olhar cĂșmplice ou uma gargalhada partilhada, e antes que percebamos, tornam-se parte de nĂłs. NĂŁo sĂŁo laços de sangue que as unem, mas algo mais forte e difĂ­cil de explicar: uma escolha mĂștua, uma espĂ©cie de encontro inevitĂĄvel entre almas que se reconhecem.

Com o tempo, essas amizades deixam de ser visitas na nossa vida e tornam-se casa. SĂŁo elas que seguram a nossa mĂŁo nos dias mais difĂ­ceis, que nos acolhem quando a famĂ­lia original nos falha ou simplesmente nĂŁo entende. SĂŁo aquelas pessoas que conhecem os nossos defeitos mais profundos, mas permanecem, porque aprenderam a amar nĂŁo apesar deles, mas por causa deles.

E Ă© curioso como o tempo nĂŁo desgasta essas relaçÔes, mas as fortalece. Elas sobrevivem Ă s distĂąncias geogrĂĄficas, Ă s rotinas e atĂ© mesmo aos silĂȘncios prolongados. Quando nos reencontramos, Ă© como se o intervalo nunca tivesse existido.

Essas amizades tornam-se família de coração. São elas que escolhem estar presentes, que carregam o peso das nossas dores como se fossem suas, que celebram as nossas vitórias com mais entusiasmo do que nós próprios. Não hå formalidade, não hå cobranças: só um amor construído no dia a dia, mais resistente que qualquer obrigação imposta pelos laços de parentesco.

No fim, percebemos que a verdadeira família não é apenas aquela em que nascemos, mas também aquela que encontramos pelo caminho. E que sorte a nossa, poder escolher e ser escolhido, criando raízes que o tempo jamais consegue arrancar.

 

imagem:https://www.freepik.com/free-photo/group-friends-taking-auto-photo_987066.htm#fromView=search&page=2&position=33&uuid=5f0efe05-218c-42d1-ad82-1504f29e2171&new_detail=true

Enviar um comentĂĄrio

0 ComentĂĄrios