É curioso, não é? A União Europeia, esse clube de países que celebram a diversidade, insiste em comunicar na língua de um país que já bateu a porta e foi viver a sua aventura solitária, como aquele amigo que sai da festa mais cedo só para depois ligar bêbado a dizer que sente saudades.
E porquê? Porque o inglês, outrora símbolo de união, agora parece mais um fantasma de um casamento desfeito, deambulando pelos corredores de Bruxelas. Mas não seria lógico adotar o alemão, que é falado por mais europeus e reflete o peso da maior economia do bloco? Ou quem sabe o francês, com a sua tradição diplomática e o charme de parecer estar sempre a recitar poesia?
Mas não, seguimos com o inglês. Talvez seja pelo Netflix. Ou porque “emails in Deutsch” assustariam até os mais bravos eurocratas. Afinal, é preciso pensar nos jovens!
Talvez, um dia, quando os ventos mudarem, adotemos uma língua comum que não seja ditada por pragmatismo ou comodismo, mas por convicção. Até lá, seguimos a falar a língua de quem já foi, mas que nunca realmente partiu.
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