A mentira sempre caminhou lado a lado com o poder, mas há momentos na história em que ela se torna o próprio alicerce da política. Desde Hitler, que não víamos com tanta desfaçatez a substituição da realidade por uma versão fabricada, onde factos são moldados ao gosto de quem governa e a verdade se torna uma questão de propaganda.
Hoje, o “modus operandi” retorna com força. Não se trata apenas de promessas vazias ou discursos inflamados – isso sempre existiu. O que vemos agora é a sistemática deturpação da realidade, o uso deliberado da falsidade como ferramenta de domínio. Não importa o que realmente aconteceu; importa apenas o que se diz que aconteceu. As palavras deixam de descrever o mundo e passam a criá-lo.
A repetição transforma a mentira em dogma, e a dúvida é tratada como traição. Perde-se a memória do que foi verdadeiro e do que foi forjado. Os meios de comunicação são esmagados ou absorvidos, os intelectuais são ridicularizados, e a população, exausta de tentar distinguir o real do fabricado, acaba por aceitar a nova versão dos factos. O passado é reescrito, o presente é manipulado e o futuro pertence apenas a quem controla a narrativa.
A história ensina, mas poucos escutam. Enquanto isso, o velho método avança, mascarado de novidade.
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