Eles falavam alto, talvez porque a audição já não seja a
mesma, ou talvez porque o coração queria fazer-se ouvir. Contavam piadas sobre
a juventude, agora uma terra distante, mas cujas raízes seguem firmes e
profundas, alimentando a árvore da amizade que só se torna mais frondosa com o
passar dos anos.
Entre abraços e palmadinhas nas costas, falava-se dos que já partiram.
"Estão aqui," dizia um, apontando para o peito, "aqui onde
sempre estiveram." E assim, mesmo aqueles que haviam cruzado o véu da
existência, sorriam em espírito, brindando à eternidade de um laço que nem a
morte consegue romper.
As histórias fluíram como vinho, e o vinho, bem, esse fluiu
ainda mais livremente. Falou-se de amores antigos, de aventuras de jovens que
agora têm os seus próprios filhos, e de sonhos que ainda tinham a audácia de
sonhar. E enquanto a lua atingiu o ponto mais alto, tingindo o céu de escuro,
eles sabiam que, embora o dia terminasse, a amizade que compartilhavam era um
sol que nunca se punha.
"Até ao próximo encontro!" gritamos ao despedir-nos,
sabendo que, não importa quanto tempo passe ou a distância que nos separa, sempre
encontraremos o caminho de volta uns para os outros. Porque amigos verdadeiros
são estrelas que, mesmo na mais escura das noites, nunca deixam de brilhar.
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