O inverno chega sem pressa,
sussurrando ao mundo que Ă© tempo de pausa.
O céu veste-se de cinzento,
e a terra adormece sob o manto branco da neve.
HĂĄ quem o tema
esse frio que cala os campos,
esse vento que despenteia as ĂĄrvores
e corta o rosto como uma lĂąmina invisĂvel.
Mas hĂĄ beleza na sua quietude,
na sua maneira de silenciar a pressa.
Os rios tornam-se espelhos congelados,
refletindo o céu pålido e a lua distante.
As ĂĄrvores, nuas,
erguem os braços esqueléticos
num gesto de espera paciente.
A neve cobre tudo,
esconde imperfeiçÔes,
apaga as marcas do passado.
O chĂŁo, antes ĂĄspero,
Ă© agora um tapete de luz branca,
onde passos deixam histórias efémeras.
No inverno, a vida recolhe-se,
protegida, Ă espera de um novo ciclo.
As sementes dormem sob a terra fria,
guardando o segredo da primavera que virĂĄ.
E os olhos que se permitem ver
encontram no gelo uma delicada poesia
o brilho dos flocos sob a luz pĂĄlida,
o silĂȘncio que abraça a paisagem.
O inverno ensina:
hĂĄ beleza na pausa,
hå força no recolhimento.
Mesmo na frieza da estação,
a vida persiste, invisĂvel,
aguardando o momento para florir.
Imagem criada por IA
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