Ainda há gente boa no mundo

 

1739547323933.webpOntem, enquanto tomava o meu café, na cidade do Porto, um sem-abrigo entrou e aproximou-se de mim. O seu rosto era marcado pelo tempo, e o olhar cansado, mas sem perder a dignidade. Pediu-me, não dinheiro, mas algo para comer. Perguntei-lhe o que gostaria e, sem hesitar, respondeu: "Uma sopa." Não pediu mais do que o essencial, apenas algo quente para forrar o estômago e afastar o frio que lhe entranhava os ossos.

 
Perguntei à empregada se tinham sopa. Ela sorriu e foi confirmar à cozinha. Pedi-lhe então para servir o homem. Enquanto o homem se sentava, grato, preparei-me para pagar a refeição.
 
Foi então que a menina atrás do balcão me surpreendeu. Com um sorriso sincero e um brilho nos olhos que só os gestos de bondade revelam, disse:
 
— Não é nada.
 
Fiquei sem palavras por um instante. O sem-abrigo também, olhando para ela como se há muito não visse um gesto tão simples, mas tão cheio de significado.
 
Saí dali com o coração leve. Num mundo tantas vezes duro e indiferente, ainda há quem faça o bem sem esperar nada em troca. E isso, por si só, é esperança.

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