O Brexit foi a grande festa da democracia britĂąnica, onde milhĂ”es de eleitores exerceram o sagrado direito de escolher... sem realmente saber o que estavam a escolher. Foi a epifania nacional onde milhĂ”es decidiram, com a mesma reflexĂŁo de quem escolhe um lanche no drive-thru, que era hora de recuperar a soberania. Guiados por slogans patriĂłticos e promessas vĂŁs, foram conduzidos, com entusiasmo ovino, para um futuro brilhante — pelo menos, segundo os cartazes vermelhos e os especialistas do Facebook.
"Recuperar o controlo!" gritavam os profetas da independĂȘncia.
E lĂĄ foram eles, cheios de orgulho, votar pelo "futuro brilhante". Um futuro onde a economia encolheria, os trabalhadores europeus desapareceriam e atĂ© o “fish and chips” ficaria mais caro. Mas nada disso importava, porque a grande vitĂłria era simbĂłlica! O Reino Unido estava livre! Livre para enfrentar filas na alfĂąndega, livre para descobrir que acordos comerciais nĂŁo caem do cĂ©u e, acima de tudo, livre para lamentar — mas sem poder voltar atrĂĄs.
Quando o dia da liberdade finalmente chegou, os britĂąnicos descobriram que "livres" significava mais burocracia, mais escassez e um passaporte azul (que, ironicamente, jĂĄ podiam ter antes). Os lĂderes da campanha, por sua vez, evaporaram-se, deixando o espetĂĄculo da autodeterminação nas mĂŁos dos mesmos polĂticos que antes diziam que o Brexit seria um desastre.
No fim, o Brexit provou que a vontade popular Ă© soberana, mesmo quando manipulada como um rebanho que Ă© guiado para o matadouro ao som de "God Save the Queen". E, ironicamente, muitos sĂł perceberam a encrenca quando jĂĄ estavam sem passaporte europeu, sem benefĂcios da UE e, para piorar, com Boris Johnson como guia turĂstico deste safĂĄri geopolĂtico. Mas nada de desespero! Pelo menos agora eles podem levantar uma caneca de chĂĄ e brindar Ă sua prĂłpria autossabotagem. Cheers!
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