O Brexit - Cinco anos depois

 

DALL·E 2025-01-31 15.40.55 - A symbolic represent

O Brexit foi a grande festa da democracia britĂąnica, onde milhĂ”es de eleitores exerceram o sagrado direito de escolher... sem realmente saber o que estavam a escolher. Foi a epifania nacional onde milhĂ”es decidiram, com a mesma reflexĂŁo de quem escolhe um lanche no drive-thru, que era hora de recuperar a soberania. Guiados por slogans patriĂłticos e promessas vĂŁs, foram conduzidos, com entusiasmo ovino, para um futuro brilhante — pelo menos, segundo os cartazes vermelhos e os especialistas do Facebook.

"Recuperar o controlo!" gritavam os profetas da independĂȘncia.

E lĂĄ foram eles, cheios de orgulho, votar pelo "futuro brilhante". Um futuro onde a economia encolheria, os trabalhadores europeus desapareceriam e atĂ© o “fish and chips” ficaria mais caro. Mas nada disso importava, porque a grande vitĂłria era simbĂłlica! O Reino Unido estava livre! Livre para enfrentar filas na alfĂąndega, livre para descobrir que acordos comerciais nĂŁo caem do cĂ©u e, acima de tudo, livre para lamentar — mas sem poder voltar atrĂĄs.

Quando o dia da liberdade finalmente chegou, os britùnicos descobriram que "livres" significava mais burocracia, mais escassez e um passaporte azul (que, ironicamente, jå podiam ter antes). Os líderes da campanha, por sua vez, evaporaram-se, deixando o espetåculo da autodeterminação nas mãos dos mesmos políticos que antes diziam que o Brexit seria um desastre.

No fim, o Brexit provou que a vontade popular Ă© soberana, mesmo quando manipulada como um rebanho que Ă© guiado para o matadouro ao som de "God Save the Queen". E, ironicamente, muitos sĂł perceberam a encrenca quando jĂĄ estavam sem passaporte europeu, sem benefĂ­cios da UE e, para piorar, com Boris Johnson como guia turĂ­stico deste safĂĄri geopolĂ­tico. Mas nada de desespero! Pelo menos agora eles podem levantar uma caneca de chĂĄ e brindar Ă  sua prĂłpria autossabotagem. Cheers!

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